Letras

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domingo, 22 de março de 2015

Morfemas

 São as partes de uma palavra, é a menor partícula significativa da língua portuguesa. Quando analisamos uma palavra morfologicamente, ou seja, quando analisamos a sua forma, podemos separar as partes desta palavra, seus morfemas.
Chamam-se morfemas: RAIZRADICALDESINÊNCIAVOGAL TEMÁTICATEMA e AFIXOS.
Em uma palavra como SOL temos apenas um morfema, mas já na palavra insolação, podemos encontrar três: in+sol+ação. Neste caso, SOL seria a RADICAL da palavra, IN seria o PREFIXO e AÇÃO o sufixo.
Vejamos cada um dos morfemas citados acima e sua definição:
RAIZ – é o morfema que contém o núcleo significativo comum a uma família lingüística, ou seja, é a partir da raiz da palavra que se associa ela a outras da mesma família e que identificamos o seu significado.
Por exemplo, as palavras erva e herbívoro são da mesma família. Sabemos disso por causa da sua raiz em comum: herbae. Mesmo que o radical tenha sofrido alterações, identificamos a semelhança através do significado.
RADICAL – é o morfema que funciona como o segmento lexical da palavra, geralmente se repetindo em todas ou na maioria das palavras daquela família.
Temos como exemplo as palavras pedra, pedreira, pedregulho e empedrar que possuem o mesmo radical pedr-. Vale ressaltar que nem sempre o radical permanece intacto, na maioria dos casos sofre alterações por conta da evolução sofrida pela língua.
DESINÊNCIA – este morfema serve para indicar as flexões da palavra, ou seja, as variações de gênero e número, no caso dos nomes, e de pessoa, número, modo e tempo, no caso dos verbos.
Exemplos: menina, menino, meninas, meninos (nome) e cantar cantaremos, cantarão, cantaria (verbo).
VOGAL TEMÁTICA – é o morfema que caracteriza nomes e verbos quando não são flexionados, ou seja, quando estão estanques.
No caso dos nomes, a vogal temática aparece quando não há variação de gênero ou de número: poeta, casa, corpo, livro, dente, ponte. São elas as letras A, E e O.
No caso dos verbos, servem para indicar a qual das três conjugações tal verbo pertence: A (primeira conjugação), E ou O (segunda conjugação) e I (terceira conjugação).
TEMA – quando juntamos o radical à vogal temática formamos o tema da palavra.
AFIXOS – quando uma palavra é formada por processo de derivação ela recebe uma partícula a mais no início, no meio ou no fim da mesma. Essas partículas são chamadas de afixos, e dependendo do local onde se encontram na palavra são denominadas diferentemente.
Existem, pois, três tipos de AFIXOS: o prefixo (que aparece no início da palavra), o infixo (que fica no meio da palavra) e o sufixo (que aparece no final da palavra).
É importante diferenciar que os afixos não servem para flexionar a palavra, mas para formar uma nova palavra ao serem acrescentados. As desinências, por sua vez, não formam uma nova palavra, mas flexionam aquela que já existe para gerar uma concordância com o restante das palavras a ela relacionadas.
Disponível em: Livro de Gramática Normativa da Língua Portuguesa (Rocha Lima)



Morfossintaxe

 É a apreciação conjunta da classificação morfológica e da função sintática das palavras nas orações. Trata de classe das palavras, emprego de pronomes, relação entre as palavras, concordância verbal e nominal, oração e período, termos da oração, classificação de orações, vozes do verbo e colocação de pronome.
A morfologia refere-se à classe gramatical de uma palavra (substantivo, adjetivo, artigo, pronome, numeral, advérbio, preposição, conjunção, interjeição). A sintaxe refere-se à função sintática dessas palavras, isto é, a função que exercem na oração. Morfossintaxe é o estudo da relação entre a classe gramatical de uma palavra e sua função sintática na oração.
Flexões do Verbo:
Numero: singular e plural
Voz: ativa,passiva e reflexiva
Gênero: masculino e feminino
Aspecto: concluso ou incorreto
Tempo: passado, presente, futuro
Modo: indicativos

DEFINIÇÃO:
Morfossintaxe é a apreciação conjunta da classificação morfológica e da função sintática das palavras nas orações. Trata de classe das palavras, emprego de pronomes, relação entre as palavras, concordância verbal e nominal, oração e período, termos da oração, classificação de orações, vozes do verbo e colocação de pronome. Na morfossíntaxe você precisa classificar morfologicamente e sintaticamente. "Morfo" é forma, ou seja, a forma das palavras. Dentro da morfologia estão verbos, adjetivos, artigos, pronomes, advérbios... "Sintaxe" mexe com o outro lado do português. São os sujeitos, predicados, adjuntos adnomiais, objetos direto e indireto,etc... morfossintaxe junta os dois. Então você terá que classificar uma palavra morfologicamente, e a mesma palavra, sintaticamente! Morfossintaxe é a apreciação conjunta da classificação morfológica e da função sintática das palavras nas orações. Ou seja, erros de morfossíntaxe são erros de Radical, Afixos, Desinências, Vogal Temática, Vogal de Ligação, Consoante de Ligação, Sujeito e Predicado. (Ex: "xicarazeta" - em vez de xicarazinha). Já erros de vocabulário são os erros que você comete na hora que vai escrever uma palavra. (Ex: O "homem" comeu "lazanha"). O Home Matou o Home.

Acessado em: 21 Mar.2015.

sexta-feira, 20 de março de 2015

Estrutura e Formação de Palavras


Conceitos básicos:
Observe as seguintes palavras:
  • escol-a
  • escol-ar
  • escol-arização
  • escol-arizar
  • sub-escol-arização
Observando-as, percebemos que há um elemento comum a todas elas: a forma escol-. Além disso, em todas há elementos destacáveis, responsáveis por algum detalhe de significação. Compare, por exemplo, escola e escolar: partindo de escola, formou-se escolar pelo acréscimo do elemento destacável -ar.
Por meio desse trabalho de comparação entre as diversas palavras que selecionamos, podemos depreender a existência de diferentes elementos formadores. Cada um desses elementos formadores é uma unidade mínima de significação, um elemento significativo indecomponível, a que damos o nome de morfema.
Classificação dos morfemas:
Radical
Há um morfema comum a todas as palavras que estamos analisando: escol-. É esse morfema comum – o radical – que faz com que as consideremos palavras de uma mesma família de significação – os cognatos. O radical é a parte da palavra responsável por sua significação principal.
Afixos
Como vimos, o acréscimo do morfema –ar cria uma nova palavra a partir de escola. De maneira semelhante, o acréscimo dos morfemas sub- e –arização à forma escol- criou subescolarização. Esses morfemas recebem o nome de afixos.
Quando são colocados antes do radical, como acontece com sub-, os afixos recebem o nome de prefixos. Quando, como –arização, surgem depois do radical os afixos são chamados de sufixos. Prefixos e sufixos, além de operar mudança de classe gramatical, são capazes de introduzir modificações de significado no radical a que são acrescentados.
Desinências
Quando se conjuga o verbo amar, obtêm-se formas como amava, amavas, amava, amávamos, amáveis, amavam. Essas modificações ocorrem à medida que o verbo vai sendo flexionado em número (singular e plural) e pessoa (primeira, segunda ou terceira). Também ocorrem se modificarmos o tempo e o modo do verbo (amava, amara, amasse, por exemplo).
Podemos concluir, assim, que existem morfemas que indicam as flexões das palavras. Esses morfemas sempre surgem no fim das palavras variáveis e recebem o nome de desinências. Há desinências nominais e desinências verbais.
Desinências nominais: indicam o gênero e o número dos nomes. Para a indicação de gênero, o português costuma opor as desinências -o/-a:
garoto/garota; menino/menina
Para a indicação de número, costuma-se utilizar o morfema –s, que indica o plural em oposição à ausência de morfema, que indica o singular: garoto/garotos; garota/garotas; menino/meninos; menina/meninas.
No caso dos nomes terminados em –r e –z, a desinência de plural assume a forma - es: mar/mares; revólver/revólveres; cruz/cruzes.
Desinências verbais: em nossa língua, as desinências verbais pertencem a dois tipos distintos. Há aqueles que indicam o modo e o tempo (desinências modo-temporais) e aquelas que indicam o número e a pessoa dos verbos (desinência números-pessoa):
  • cant-á-va-mos            cant-á- sse-is
  • cant: radical            
  • -á: vogal temática
  • -va-: desinência modo-temporal
  • (caracteriza o pretérito imperfeito do indicativo)
  • -sse-:desinência modo-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do subjuntivo)
  • -mos: desinência número-pessoal (caracteriza a primeira pessoa do plural)
  • -is: desinência número-pessoal (caracteriza a segunda pessoa do plural)
Vogal temática
Observe que, entre o radical cant- e as desinências verbais, surge sempre o morfema –a.
Esse morfema, que liga o radical às desinências, é chamado de vogal temática. Sua função é ligar-se ao radical, constituindo o chamado tema. É ao tema (radical + vogal temática) que se acrescentam as desinências. Tanto os verbos como os nomes apresentam vogais temáticas.
Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o, quando átonas finais, como em mesa, artista, busca, perda, escola, triste, base, combate. Nesses casos, não poderíamos pensar que essas terminações são desinências indicadoras de gênero, pois a mesa, escola, por exemplo, não sofrem esse tipo de flexão. É a essas vogais temáticas que se liga a desinência indicadora de plural: mesa-s, escola-s, perda-s. Os nomes terminados em vogais tônicas (sofá, café, cipó, caqui, por exemplo) não apresentam vogal temática.
Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i, que caracterizam três grupos de verbos a que se dá o nome de conjugações. Assim, os verbos cuja vogal temática é -a pertencem à primeira conjugação; aqueles cuja vogal temática é -e pertencem à segunda conjugação e os que têm vogal temática -i pertencem à terceira conjugação.
Primeira conjugação
Segunda conjugação
Terceira conjugação
  • govern-a-va
  • estabelec-e-sse
  • defin-i-ra
  • atac-a-va
  • cr-e-ra
  • imped-i-sse
  • realiz-a-sse
  • mex-e-rá
  • ag-i-mos
Vogal ou consoante de ligação
As vogais ou consoantes de ligação são morfemas que surgem por motivos eufônicos, ou seja, para facilitar ou mesmo possibilitar a leitura de uma determinada palavra. Temos um exemplo de vogal de ligação na palavra escolaridade: o -i- entre os sufixos -ar- e -dade facilita a emissão vocal da palavra. Outros exemplos: gasômetro, alvinegro, tecnocracia, paulada, cafeteira, chaleira, tricota.
Elementos Mórficos
Uma palavra é formada por elementos mórficos, ou morfemas.
MÓRFICO -> MORFO = FORMA -> MORFEMAS
Existem dois tipos de morfemas: lexicais e gramaticais.
Os morfemas lexicais podem ser definidos como um ser ou fato da realidade, do mundo exterior á língua.
Os morfemas gramaticais podem ser definidos como de fato a gramática da língua, de fato a parte interna da palavra.
Os elementos mórficos de uma palavra dividem-se em:
  • Radical
  • Vogal temática
  • Tema
  • Desinência
  • Afixo
  • Vogais ou consoantes de ligação
Passemos a conhecer minuciosamente cada um dos elementos citados.
Radical
É nesta parte da palavra que guarda o significado básico, consegue acoplar os outros elementos para formar novas palavras ou dar significados diferenciados. É considerado morfema lexical.
  • Menin -o
  • Fal  -ar
  • Cadern - o
Vogal temática
É um morfema gramatical, sua função principal é preparar o radical para receber as desinências.
Vogal temática nos nomes (-a, -o, -e)
  • Garot -o
  • Menin -o
  • President- e
Vogal temática nos verbos (ar, er, ir)
  • Com - er
  • Part - ir
  • And- ar
Tema
É o radical + vogal temática, o radical recebeu a vogal temática.
Observação: existem palavras que são atemáticas, ou seja, não tem vogal temática.
·         Peru – não tem vogal temática
Desinências
Aparecem no final das palavras e estão diretamente relacionadas às flexões. São morfemas gramaticais flexionais.
Desinência nominal
Apresenta o gênero e o número dos nomes.
  • Autor » autor – a » autora – s
  • Gato » gat – a » gato – s
Desinência verbal
Apresenta o tempo, o modo, a pessoa e o número em relação aos verbos.
  • Anda-(vogal temática)                                                     
  • á -(desinência  temporal)           
  • va -modo(desinência pessoal)
  • mos-(número)
Afixo
Tem a função de gerar novas palavras.
Prefixo
É o morfema colocado antes do radical.
  • Desleal - des- leal
  • Indigno - in - digno
Sufixo
É o morfema colocado depois do radical.
  • Lealmente - leal - mente
  • Dignidade - digni - dade
Vogais ou consoantes de ligação
São morfemas colocados nas palavras para facilitar a pronúncia.
Café + eira = cafe - t - eira = cafeteira
Café + cultura = cafe - i - cultura = cafeicultura
Disponivel em: <www.brasilescola.com/gramatica/estru...> e 
Acessado em: 09 mar.2015.


quarta-feira, 18 de março de 2015

Compreendendo a morfossintaxe.



Ao nos depararmos com ambas (Morfologia e Sintaxe), sabemos que se relacionam às subdivisões conferidas pela gramática, e mais: que uma corresponde às classes gramaticais e a outra se refere às distintas posições ocupadas por uma mesma palavra em se tratando de um dado contexto linguístico.

Munidos de tal concepção, as elucidações descritas a seguir, certamente tornarão perfeitamente compreensíveis, face ao prévio conhecimento das referidas modalidades. Sendo assim, a morfossintaxe está condicionada ao fato de um substantivo, numeral, artigo, dentre outros, desempenharem diferentes funções quando dispostas em uma oração.

Visando à plena efetivação de nossos conhecimentos acerca deste assunto, ora concebível como sendo de extrema relevância, ater-nos-emos a alguns casos em que esta ocorrência se materializa. Analisemos:

As flores são um belo presente.

Toda mulher aprecia ganhar flores.

Gostamos muito do perfume das flores.

Patrícia gosta muito de flores.

Nem tudo são flores.

Flores,
por que sois tão belas?

Defrontamo-nos com um típico exemplo em que um mesmo termo é visto sob diferentes ângulos, podendo ser assim analisados:

1º- enunciado – sujeito simples.

2º -
objeto direto, pois completa o sentido de um verbo transitivo direto.

3º -
complemento nominal, haja vista que completa o sentido de um substantivo (perfume).

4º - objeto indireto, uma vez que completa o sentido de um verbo transitivo indireto.

5º -
predicativo do sujeito, pois além de revelar uma característica a que o sujeito se refere, ainda se liga a este por intermédio de um verbo de ligação, configurando um caso de predicado nominal.

6º - vocativo, pois invoca um chamamento.



Disponível em : <http://www.portugues.com.br/gramatica/compreendendo-morfossintaxe.html>. Acessado em:  11mar.2015.

Morfema

“Unidade mínima com valor morfológico distintivo”. Menor unidade gramatical de uma língua, portadora de significado.

Morfemas e palavras
Todas as palavras são morfemas, mas, nem todos os morfemas são palavras.

Anti+ constitucional+issim +a+ mente

Anti = ao contrario de.
Constitucional = relativo a constituição conjunto de leis
Issim = superlativo absoluto
a= marcador de gênero feminino
mente= de modo, de maneira

Morfemas que são palavras.
Morfemas livres- morfemas que por si só pode constituir uma palavra. Exemplo:
Com, um, só,Maria, etc
Anti-, issim-, a- ou- mente. São morfemas mas não são palavras.


Morfemas derivacionais e flexionais.
Diferença entre morfemas derivacionais e flexionais: Os morfemas flexionais nunca modificam a categoria sintática da palavra, ao contrário dos morfemas derivacionais.
Exemplos:
Derivacionais                                                       Flexionais

 -I em moral;
-a em imora;
-ism em funcionalismo;
       -or em carregador,
-o em atento;
-In(im) em impensável;
-a em amoral;
-em em encaracolar;





 -s em casas
-a em uma
-o em barco
-ram em fizeram;
-e em ame

Os morfemas permitem a formação de (novas) palavras; os morfemas podem ser palavras, sufixos, prefixos, ou desinências.

Mas atenção: A flexão não constitui  um processo de formação de palavras (ela apenas permite modificar a mesma palavra relativamente ao gênero, número, pessoa,tempo, modo.





quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

As unidades da língua.


A subteoria sobre as unidades da língua se constituiu na pedra de toque para seu entendimento como uma estrutura. O fonema* foi a primeira unidade a ser estudada.
Ele é uma entidade formal não observável diretamente, não audível, não definível por propriedades físicas, mas apreensível pelo falante como uma sorte de "forma psicologicamente real", por meio da qual ele percebe a "realidade objetiva dos sons":
Sapir (1933: 39). Assim, se consideramos pata e para como palavras diferentes, é por que os únicos elementos diferentes nessas palavras, o /t/ e o /r/, são para nós formas psicologicamente reais. O fonema é a unidade mínima da estrutura fonológica, e embora portador dos sentidos, por si mesmo não tem sentido.

O morfema* é a unidade mínima da estrutura gramatical, isto é, ele (e as demais unidades gramaticais) associa os dois polos do signo linguístico, o significante e o significado. Há morfemas-raízes, como em {fala}, morfemas afixos, como o morfema de tempo-modo {ra}, o morfema de pessoa-número {s}, que constituem a palavra falaras, morfemas suprassegmentais, como o acento, que nos permite distinguir falaras de falarás, e morfemas zero, como no presente do indicativo, em que depois do morfema-raiz não aparece um morfema de tempo, só o de pessoa-número, como em falo.

A palavra é unidade gramatical derivada do morfema, podendo realizar-se como um só morfema (como na preposição de), ou associar mais de um morfema (como em alunos], e funcionando como constituinte dos sintagmas (como em o aluno do professor).

O sintagma é a terceira unidade gramatical. Trata-se de um conjunto de palavras associadas pela propriedade da "constituência", tendo por núcleo a palavra que lhe vai dar o nome, e por margens outras classes de palavras de seleção previsível. Os sintagmas quando dotados de entoação própria podem funcionar como uma sentença, ou podem ser constituintes de uma sentença.

A teorização do fonema, do morfema e do sintagma representaram uma "construção pouco a pouco" do entendimento da língua como uma estrutura.

A inclusão da quarta unidade, a oração, mostrou-se muito trabalhosa. Ela é a unidade gramatical máxima, e em sua caracterização a Gramática Estruturalista encontrou suas maiores dificuldades, visto que a sentença soma em si um conjunto de estruturas fonológicas, morfológicas, sintáticas (sintagmática e funcional), semânticas e discursivas.

Se toma a língua como um código, tais estruturas deveriam ser analisadas a partir de suas propriedades "internas", sem pontos de contato com a situação de enunciação em que foram geradas. Daí a dificuldade de estudar estruturalisticamente a oração, o que acabou por levar a gramática estruturalista a uma grande crise.

Os níveis hierárquicos da língua

A teoria da língua como uma estrutura propõe que as unidades mencionadas
anteriormente se organizam em três níveis hierárquicos: o nível fonológico (= fonema),
o nível morfológico (= morfema, palavra) e o nível sintático (= sintagma e sentença). Alguns modelos estruturalistas mais recentes incluem o nível discursivo, como na Tagmêmica: K.L. Pike e E.G. Pike (1977: cap. I).

O caráter hierárquico desses níveis decorre de que, por postulação teórica, propriedades dos fonemas terão repercussões na constituição dos morfemas, propriedades destes terão repercussão na palavra, e assim por diante. Assim, a existência em português de dois fonemas vocálicos mediais (cf. a distinção entre [e] e [o] abertos e fechados) gerou o morfonema de gênero (cf. a distinção não afixal entre ele / ela), de número (cf. a distinção não afixal entre ovo / ovos) e de pessoa (cf. a distinção não afixal entre bebo / bebes). Significa que o nível fonológico, "inferior" num arranjo que vá das unidades mínimas para as unidades máximas, afeta o nível gramatical "superior" dos morfemas, fazendo da estrutura linguística uma sorte de "criação matemática" dos linguistas, "onde tudo está relacionado” (francês “où tout se tient"), para retomar a formulação saussureana.


Acesso em 17fev.2015.No texto Ataliba T. de Castilho (USP, CNPq).

domingo, 15 de fevereiro de 2015

O que é Morfossintaxe.





A morfossintaxe resulta das análises morfológica e sintática, realizadas simultaneamente, levando em consideração a diferença que há entre classe e função.
Na sua vida escolar você aprendeu (ou talvez ainda continue aprendendo) sobre os distintos fatos linguísticos, dentre eles: substantivo, adjetivo, sujeito, predicado, adjunto adverbial, etc. Contudo, é bem provável que não tenha aprendido como tais assuntos se dividem dentre as partes da gramática, tampouco acerca do que realmente seja morfossintaxe. Em razão disso, dispomo-nos a levar a você os conhecimentos necessários sobre um assunto de tamanha importância – muitas vezes cobrado em provas de concursos e exames de vestibulares.

Desta feita, a morfossintaxe nada mais é do que a análise morfológica e sintática, realizada simultaneamente. Mas para que sua compreensão seja efetivada de forma plausível, faz-se necessário entender, antes de tudo, que a análise morfológica diz respeito às dez classes gramaticais; e a análise sintática faz referência às funções desempenhadas por uma dada palavra, estando ela inserida num contexto oracional.

Assim, colocando em prática tudo o que dissemos, analisemos o exemplo em questão, levando em consideração ambas as análises:

Os alunos foram vencedores.

Morfologicamente, temos:

Os – artigo definido (plural)
alunos – substantivo
foram – verbo ser (flexionado no pretérito perfeito do modo indicativo)
vencedores – neste contexto representa um adjetivo, mas pode também atuar como substantivo.

Sintaticamente, concluímos que:

Os alunos – sujeito simples
foram vencedores – predicado nominal, em função do verbo de ligação
vencedores – predicativo do sujeito

É preciso, pois, estabelecer a diferença entre classe e função para entender como se processa a morfossintaxe, pois uma palavra pode transitar entre uma posição e outra.


Disponível em <
http://www.brasilescola.com/gramatica/morfossintaxe.htm>. Acesso em 15 fev.2015. Por Vânia Duarte Graduada em Letras.